Enquanto para muitas pessoas é fácil se jogar no nomadismo, para outras surge o questionamento: “Será mesmo que isso é para mim?” E talvez a resposta não esteja em um simples “sim” ou “não”, mas sim na forma como essa jornada acontece (e sim, existem muitas formas).
Neste artigo, você vai descobrir tudo sobre o nomadismo: seus tipos, sua história, mitos e verdades, além de dicas de autoconhecimento para começar sua vida nômade com mais consciência.
O que é o Nomadismo?
O nomadismo é um estilo de vida baseado no movimento geográfico constante. Como não há um ponto fixo para chamar de “casa”, é como se não existisse uma “passagem de volta”, e isso naturalmente gera uma série de questionamentos. Afinal, estamos acostumadas a enxergar a matéria fixa como segurança e a estabilidade como senso de pertencimento.
Porém, nem sempre foi assim. Vamos voltar no tempo em que caminhávamos mais e resgatar algo que sempre existiu dentro de nós:
Origens do Nomadismo
Historicamente, os nômades eram povos que não possuíam moradia fixa e, por isso, se deslocavam de um lugar para outro em busca de recursos — como alimento, melhores condições climáticas ou, ainda, para fins comerciais.
Entre os principais exemplos desses povos, destacam-se:
Os beduínos, que habitavam as regiões desérticas da Península Arábica, Norte da África, Levante e Mesopotâmia. Esses grupos utilizavam o nomadismo especialmente como forma de comércio, promovendo a troca de mercadorias entre diferentes tribos e, geralmente, utilizando camelos como principal meio de transporte.
Os povos Querandis, por sua vez, ocupavam as planícies das Pampas — localizadas na atual região de Buenos Aires (Argentina) e em parte do Uruguai. Eles se deslocavam conforme a disponibilidade de alimentos e água, e ficaram conhecidos, sobretudo, por sua forte resistência à colonização espanhola.
Assim, movimentos como esses tornaram-se marcos profundos da nossa ancestralidade, inspirando, até hoje, os nômades modernos. Ao buscar mais do mundo, encontramos mais de nós.
Tipos de Nomadismo Moderno
Atualmente, o nomadismo passou por diversas adaptações e ganhou novas nuances. A internet trouxe possibilidades que antes pareciam inimagináveis, e colocou em xeque muitas crenças da geração atual — como a ideia de que é preciso ter um lugar fixo para pertencer ou acumular bens materiais para se sentir seguro.
Assim, surgiram diferentes tipos de nomadismo, como:
- Nomadismo digital: profissionais que trabalham online e utilizam a liberdade geográfica para conhecer novas pessoas, culturas e lugares.
- Nomadismo espiritual ou cultural: pessoas que buscam experiências espirituais transformadoras (como retiros e peregrinações) ou se envolvem com arte e cultura locais. Elas podem trabalhar ou não nas comunidades que visitam.
- Nomadismo temporário ou sazonal: pessoas que se deslocam por períodos curtos ou em estações específicas (como trabalhadores rurais sazonais, festivaleiros ou viajantes de temporada).
Qual é a Diferença entre Nomadismo e Nomadismo Digital?
O nomadismo, de forma geral, é o estilo de vida baseado em movimento geográfico frequente. Já o nomadismo digital está atrelado ao trabalho remoto, geralmente via internet, e pode ser exercido por empreendedores, freelancers ou profissionais contratados por empresas em modelo remoto.
A liberdade geográfica, por sua vez, significa poder viver e trabalhar onde quiser. Porém, nem toda pessoa com liberdade geográfica vive viajando o tempo todo — e tudo bem.
Agora que esses conceitos estão mais claros, podemos desconstruir alguns mitos sobre a vida nômade.
Mitos e Verdades da Vida Nômade
1. Para ser nômade, preciso ser youtuber ou influencer?
Não! Se você não gosta de produzir conteúdo para a internet, saiba que é possível viver como nômade sendo “low profile”. Profissões como massoterapeuta, músico, mergulhador, chef de cozinha, instrutor(a) de yoga, barbeiro(a) e fotógrafo(a) permitem a vida nômade sem depender da internet.
Alguns profissionais também se utilizam do trabalho remoto para ter liberdade geográfica, sem necessariamente produzir conteúdo sobre isso.
2. Preciso me mudar o tempo todo?
Definitivamente, não. Ser nômade não é viver de férias. Muitas pessoas passam meses — ou até anos — em um mesmo lugar, criando vínculos, rotinas e amizades. Esse estilo é conhecido como “slow nomad” ou nômade devagar.
Existe também o “slow travel” ou viagem devagar, que valoriza a imersão na cultura local ao invés de “dar check” em pontos turísticos. Essa abordagem costuma ser mais sustentável e enriquecedora.
Saber seus próprios ritmos e estilos de viagem ideais, de acordo com sua personalidade, é fundamental para encontrar o tipo de nomadismo que se encaixa com você.
Dicas de Autoconhecimento para Começar sua Vida Nômade
Antes de partir, é importante estar alinhada consigo mesma. Planejamento e auto percepção são essenciais para evitar frustrações e criar uma base interna forte para sustentar a jornada.
Além do planejamento externo: como pesquisar bem sobre o lugar, conversar com pessoas que já foram e calcular os custos com uma reserva de emergência — é preciso fazer perguntas internas como:
- Por que quero viajar para esse destino?
- Em que fase da vida estou?
- O que espero encontrar lá?
E principalmente: “Caso eu não encontre o que procuro, o que de pior pode acontecer?” Essa pergunta ajuda a desenvolver a auto percepção — uma lembrança de que o valor da experiência não está em atender expectativas, mas no processo em si.
Como a Astrologia Pode Ajudar na Vida Nômade
Descubra seu perfil viajante
O mapa astral revela as áreas da vida conectadas às viagens e pode trazer grandes insights sobre quem você é fora do seu ninho. Duas casas importantes nesse processo são:
- Casa 3: representa viagens curtas, deslocamentos e a forma como aprendemos e nos comunicamos no caminho.
- Casa 9: representa viagens longas, estudos profundos e a expansão que ocorre ao mergulhar em outras culturas, religiões, línguas e filosofias.
Saber quais planetas e signos habitam essas casas pode te ajudar a encarar desafios com mais resiliência e buscar vivências que verdadeiramente te alimentem.
Esteja atenta ao momento ideal para partir
Através da análise dos trânsitos astrológicos, é possível entender se existem energias favoráveis à sua jornada agora. Trânsitos de planetas como Júpiter e Mercúrio por áreas ligadas a descobertas, sociabilidade ou espiritualidade indicam que pode ser o momento certo para partir.
Use a Astrocartografia a seu favor
A astrocartografia permite identificar quais lugares do mundo ativam determinadas energias no seu mapa astral. Em momentos de recomeço, por exemplo, vale procurar por linhas como:
- Marte: coragem, iniciativa e força para agir.
- Mercúrio: sociabilidade, aprendizado e fluidez nos deslocamentos.
- Júpiter: otimismo, expansão espiritual e conexão com o mundo.
Dicas de uma Astróloga Nômade
Eu sou uma mulher nômade que já morou em 6 países e experimentei diversos tipos de clima, culturas, pessoas e pasmem: sempre estive sofrendo por alguma coisa, lidando com alguma falta.
Isso me trouxe muito overthinking até entender que nenhum lugar vai me salvar dos meus próprios medos. Todo estilo de vida vai exigir que eu abra mão de uma coisa para usufruir de outra, e isso nada mais é do que a vida acontecendo em sua sabedoria. Conviver com certas faltas foi importante para não viver na constante busca por uma utopia.
Gosto de lembrar que aquele lugar não me prometeu nada. Cabe a mim ir de peito aberto, pisando firme e de cabelo solto para sentir tudo o que a jornada quiser me ensinar.
E é isso que eu desejo pra você, mulher viajante. Boa sorte!
