A América Latina é um território rico em culturas e tradições, profundamente conectado ao céu e aos astros. Ao longo dos séculos, desde os povos indígenas até as civilizações pré-colombianas, as estrelas sempre tiveram um papel central na maneira como essas comunidades entendiam o universo. Por isso, o astroturismo cultural une a observação astronômica ao aprendizado sobre as antigas cosmovisões, proporcionando uma experiência única para quem deseja explorar o céu de forma mais significativa.
Confira neste texto os melhores destinos na América Latina para aprender sobre o céu, suas histórias e significados.
Astroturismo em Puna de Atacama, Argentina e Chile
A região da Puna de Atacama, que abrange o norte da Argentina e o Chile, é um dos melhores destinos para o astroturismo cultural. Com um céu livre de poluição luminosa, é ideal para quem deseja aprender sobre a cosmovisão andina e a observação das estrelas. Além de ser um ponto famoso para observações astronômicas no Deserto do Atacama, a região é rica em tradições indígenas, como os atacameños, que utilizavam o ciclo lunar em suas práticas agrícolas.
O que esperar:
Um céu incrivelmente limpo, eventos culturais que explicam como os povos nativos viam os astros e usavam o céu em suas práticas espirituais e agrícolas e profundas sabedorias ancestrais.
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Chichén Itzá, México
Chichén Itzá, uma das sete novas maravilhas do mundo, é um destino indispensável para o astroturismo cultural. Localizada na Península de Yucatán, essa antiga cidade maia foi projetada com um profundo conhecimento dos astros. Durante os equinócios, o famoso “El Castillo”, a pirâmide de Kukulkán, exibe um efeito visual que representa a descida da serpente Kukulkán.
O que esperar:
Imersão na astronomia Maia, com eventos e observações astronômicas que explicam a conexão desse povo com o cosmos e sua matemática astronômica avançada.
Observatório de Paranal, Chile
O Observatório de Paranal, no Deserto de Atacama, é um dos centros de pesquisa astronômica mais avançados do mundo. Situado em uma das regiões mais secas e com céu mais claro do planeta, oferece visitas guiadas para aprender sobre descobertas astronômicas contemporâneas e a visão espiritual do céu dos povos indígenas andinos.
O que esperar:
Visitas educativas sobre constelações significativas para os andinos e o uso de telescópios modernos para observar o cosmos.
Astroturismo no Valle Sagrado, Peru
O Vale Sagrado, no Peru, é uma região de grande importância para o astroturismo cultural, especialmente pela conexão dos Incas com o sol, a lua e as constelações. Em especial a constelação cruzeiro do sul, visível apenas no hemisfério sul. Essa constelação é tão sagrada para os Incas que ela foi representada em seu amuleto mais sagrado, a Chakana. Os sítios arqueológicos da região possuem estruturas como o Intihuatana, em Machu Picchu, construídas através do alinhamento com os astros que marcam os solstícios.
O que esperar:
Exploração de sítios arqueológicos como Ollantaytambo e Pisac, com explicações sobre como os Incas observavam o céu e integravam essa visão ao seu cotidiano. Diversas estruturas e ruínas construídas sob os alinhamentos planetários e em homenagem a constelações visíveis na região.
O Inti Raymi é uma tradicional celebração andina dedicada ao Deus Sol, Inti, realizada anualmente durante o solstício de inverno no hemisfério sul, por volta de 24 de junho. Essa festividade, originada no Império Inca, simboliza a renovação da energia solar e a conexão espiritual entre o povo e o cosmos. Hoje, é comemorada principalmente em Cusco, no Peru, com encenações, desfiles e rituais que relembram a cultura e espiritualidade dos Incas.
Observatório Astronômico de Córdoba, Argentina
O Observatório Astronômico de Córdoba, fundado em 1871, é um dos mais antigos e renomados da América Latina. Localizado na cidade de Córdoba, a região ao redor do observatório tem uma forte conexão com as práticas astronômicas dos povos indígenas.
O que esperar:
Palestras sobre a história da astronomia na América Latina, observações noturnas e a oportunidade de aprender sobre os saberes antigos sobre o céu.
Tikal, Guatemala
Tikal, uma antiga cidade Maia na selva de Petén, na Guatemala, é um destino fascinante para o astroturismo cultural. As pirâmides e templos da cidade antiga foram projetados para marcar eventos astronômicos, como solstícios e outros fenômenos celestes.
O que esperar:
Participação em visitas guiadas que exploram o uso do céu pelos maias em rituais e organização do tempo, além de observações astronômicas à noite.
Astroturismo na Serra da Capivara, Piauí, Brasil
A Serra da Capivara, no Piauí, é famosa por suas pinturas rupestres que refletem uma relação profunda com o céu e os fenômenos naturais. As representações dessas pinturas sugerem uma conexão com o ciclo lunar e os movimentos dos astros.
O que esperar:
Visitas guiadas que oferecem uma imersão nas práticas espirituais dos primeiros habitantes do Brasil, além da interpretação das pinturas rupestres e sua ligação com os astros.
Turismo astrológico
“Eu nunca pensei que poderia aprender tanto sobre o céu, sem visualizar um único planeta pelo telescópio.”
Em 2023, realizei um grande sonho como astróloga: Viajei pelo Peru e aprendi sobre a cosmovisão Inca, assisti o maior festival de solstício do Hemisfério Sul – o Inti Raymi e pela primeira vez na vida, entre ruínas, construções históricas e artefatos de milhares de anos atrás, aprendi sobre o céu na riqueza cultural que essa Terra guarda. Em nosso continente, é possível aprender sobre o céu sem precisar olhar uma única vez para ele.
Na América Latina, as histórias da Terra e do céu se misturam.
Gabriela Luisa – Viajante e Astróloga
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